Uma epígrafe bem conhecida creditada aos gregos antigos alertava: “conhece-te a ti mesmo”. Essa “dica” dos deuses tem uma segunda parte, nos dias atuais menos comentada, que lembrava aos gregos sua mortalidade… Mas, vamos ficar com a primeira parte, para introduzir um dos assuntos mais complexos do estudo de qualquer instrumentista: a metodologia de ensino empregada para indicar como estudar música.
Metodologia é também um termo derivado do grego que significa: um caminho que leva a algum lugar. Naturalmente, esse caminho ou meta presume um objetivo e traça um plano, que conduz, como dizem os especialistas em marketing, do A ao B.
Mas o que tem a ver autoconhecimento com nossos objetivos? Tudo! Pois, um princípio básico de localização nos diz que é preciso saber onde estou para saber como chegar aonde quero.
Onde estou?
Em tempos de GPS, é fácil saber onde se está… mas para o estudante de música, essa metáfora não é tão simples de entender. Onde você está implica ter consciência de respostas para uma série de questões de ordem emocional e racional, se é que podemos dividir desta forma.
Atualmente, uma importantíssima questão envolvendo autoconhecimento e aprendizagem é identificar qual é:
- o meu nível de ansiedade?
- minha atual capacidade de concentração?
- meu nível de confiança em mim e nos outros?
Em tempos pós-modernos, infelizmente, os níveis destas emoções e habilidades apresentam medidas extremas, tanto para o muito como para o pouco. E muitas vezes, o tratamento destes excessos e faltas tem que ser global, não basta um “simples” curso de música, quer seja on-line ou off-line.
Qual é o cenário atual do ensino em música?
Infelizmente, a grande maioria dos professores e suas abordagens exclusivamente tradicionais, ainda não conseguem oferecer o que podemos chamar de tratamento para esses males. Mesmo tendo a melhor das boas vontades. Esse é um problema que afeta todo o processo educacional e falo por experiência pessoal, em vários ambientes como: aulas particulares, escolas de música e universidade. O problema é sempre o mesmo e complexo.
Sem dúvida, os tempos modernos trouxeram muitos avanços positivos, mas são conhecidos também os pontos negativos. Observa-se a relativização, o excesso de informação, o desmantelamento muitas vezes descuidado e preconceituoso de antigas tradições e a conexão desatenta às redes sociais, para não citar outras questões.
Paradoxalmente, ao mesmo tempo que foram ampliadas as possibilidades, também se estabeleceram barreiras psicológicas dificultando a realização pessoal de objetivos práticos. Há alguns anos, com muito menos acesso, eles eram alcançados de maneira muito mais descomplicada e prazerosa. Infelizmente, aprender música entrou neste baile, um baile em que todos dançam uma música “fora de ritmo”, desafinada e consequentemente “chata”!
Enfim, como estudar música?
Como estudar música para atingir de fato o que os especialistas chamam de “fluxo”? No caso da música isto implica tocar de maneira prazerosa, sem os medos e ansiedades que geralmente acompanham as performances musicais?
Como esse fluxo pode produzir, na audiência, um estado contagiante de êxtase, o alvo de todo artista?
Há algum tempo, as áreas de neurologia, psicologia e educação vem convergindo para desatar alguns nós dos processos de ensino aprendizagem. Ora redefinindo alguns métodos, ora confirmando velhas práticas. E já se conhece, agora de maneira científica, como o cérebro processa o aprendizado, e as novas descobertas confirmam velhas experiências. A principal é que existe sim, maneiras padronizadas de aprender novos conteúdos, e que a plasticidade do cérebro permite desenvolver habilidades antes, muitas vezes, consideradas como exclusivas de gênios e bem dotados.
O pulo do gato!
Quem observa essas novas descobertas e põe em prática esses procedimentos estuda com eficiência e atinge os objetivos, o que por fim se transforma em um ciclo virtuoso de hábitos, que leva finalmente o estudante do A ao B!
Expressões e Termos como memória de curto e longo prazo, modo focado e difuso, e até “método pomodoro”, sintetizam as descobertas que estão revolucionando os processos de ensino aprendizagem.
Se você já entrou nessa, parabéns! se ainda não, continue acompanhando o blog e meu canal no YouTube. Trarei propostas didáticas com base nesta nova visão, exemplificando os principais procedimentos que venho experimentando e comprovando em minha prática como professor e músico.
Fomos abençoados com a máquina de aprender mais poderosa do universo! Essa máquina em sua potência máxima, traduzida por fluxo, cria e nos coloca em puro êxtase. Segundo os especialistas, não podemos nos tornar criativos, porque esta é uma qualidade inata de todo ser humano. Mas, sabemos que criatividade está baseada em conhecimento, e quem conhece bem é mais criativo! Te vejo em breve!
Excelente!
Grande oportunidade em novos tempo!
Muito conteúdo de qualidade,parabéns e sucesso!
Grato. Aproveite!
Gostei muito da leitura!! Obrigado! Abraço, Paulo!!
Grato Luis Feliphe!