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Cordas de viola de arco: saiba como escolher

Além de saber sobre como escolher as cordas de viola de arco, neste post você vai conhecer um pouco mais sobre esse instrumento e suas diferenças em relação ao violino. Visualmente, muitas pessoas confundem essas duas maravilhosas ferramentas do talento.

Mesmo o timbre pode ser confundido por um leigo ou um musicista iniciante, uma vez que eles têm suas extensões de escala em comum, o mesmo formato e outras semelhanças, inclusive na técnica de execução.

Especialmente se a viola é uma novidade completa para você, o primeiro tópico será muito útil. Ficou interessado no assunto? Confira!

A viola de arco

Entre os instrumentos da família das cordas, a viola é uma que costuma ser confundida com violino, quando na verdade é antecessora a ele. Ela também é chamada de viola de arco, viola clássica, viola erudita, viola sinfônica, viola orquestral ou simplesmente viola, arriscando ser confundida com a viola caipira, que se parece mais com o violão, e viola da braccio em italiano, pois se segurava no braço, no lugar de na perna, como a viola da gamba, que é o instrumento antecessor do violoncelo.

A técnica de tocar violino é praticamente a mesma de viola, que é afinada em lá, ré, sol e dó, da mais aguda para a mais grave. As três primeiras cordas (lá, ré e sol) são análogas às do violino, que não tem a corda dó.

A viola é um instrumento bastante eclético, podendo ser usada em uma banda de jazz ou rock, por exemplo. Ainda assim, o mais comum é encontrá-la na música erudita. Ah! Para não confundir com o violinista, o violonista e o violeiro (que toca a viola caipira), o músico que toca a viola de arco é chamado de violista.

As diferenças em relação ao violino

O violino tem uma corda mi mais aguda que não está presente na viola que, por sua vez, tem uma corda dó mais grave a mais que o violino, ou seja, o instrumento é afinado uma quinta abaixo do violino, produzindo um som médio, intermediário entre o violoncelo e o próprio contrabaixo (mais graves) e o violino (mais agudo), chegando a usar claves diferentes na notação.

O som da viola também é mais encorpado, menos estridente e soa mais grave do que aparenta pelo tamanho, que não é tão maior que um violino. O motivo é que as cordas são um pouco mais grossas. Resumindo, violino e viola se diferenciam:

  • no tamanho do corpo — o violino é um pouco menor;
  • peso do arco — o arco do violino também é mais leve;
  • afinação — o violino tem uma corda mi mais aguda, que é ausente na viola que, em oposição, tem uma corda dó mais grave, que não aparece no violino;
  • claves — em razão da extensão das notas de cada instrumento, as peças e arranjos para violino usam a clave de sol, enquanto as feitas para viola são registradas com a de dó ou de contralto.
  • timbre – na viola é mais grave, escuro e “rouco”.

As cordas de viola de arco

Do mesmo modo que os violinos, as violas podem ser aparelhadas com três tipos principais de cordas, que são as com núcleo de aço, núcleo sintético e tripa. Como é comum a toda escolha que envolve timbre, não existe uma regra fixa que determine a melhor opção, desde que estejamos falando de marcas de qualidade e possamos evitar as falsas.

Tudo depende do estilo do violista, se o objetivo é tocar jazz ou música erudita, por exemplo, bem como a técnica aplicada e preferências gerais. Vejamos cada uma das opções que você vai encontrar.

Cordas com núcleo de tripa

As cordas chamadas de tripa eram as únicas usadas nas violas durante séculos. Originalmente, todas elas eram feitas de alguns materiais biológicos como, por exemplo, tendões de pássaros ou intestinos de leões ou ovelhas. A partir do ano 1800 foram criadas versões compostas por um núcleo de tripa envolto em metal. Atualmente, prata e alumínio são os materiais mais comuns utilizados como revestimento.

Violistas que tocam peças do período do renascimento, barroco e outros estilos mais tradicionais costumam preferi-las, mas precisam conviver com a instabilidade característica dessas cordas, que são mais sensíveis às variações de temperatura e umidade. Elas desafinam mais facilmente e têm durabilidade menor, além de exigir um conhecimento maior dos detalhes de ajuste de afinação e do cuidado com a manutenção.

Ou seja, essa não uma escolha prática, mas muito especificamente indicada quando se deseja reproduzir um timbre característico de alguns dos períodos mais ricos da música erudita. Além disso, as condições do ambiente nos quais os instrumentos são utilizados também podem influenciar a escolha. Uma sala de concertos, projetada para oferecer as melhores condições, oferece recursos muito diferentes de um bar de jazz instalado em um porão urbano.

Cordas com núcleo sintético

Esse tipo de corda foi recentemente criado e tem núcleo sintético composto por uma variedade de materiais polimerizados como nylon, perlon e outras combinações. Elas têm muito do tom rico e quente das cordas tripa, mas apresentam uma estabilidade de afinação muito maior.

Elas “se ajustam” rapidamente, mantêm sua entonação e oscilam extremamente bem com a temperatura e umidade.

Além disso, se encaixam em um espectro tonal entre as cordas de núcleo de intestino e os de aço. Por isso, são o tipo mais popular entre os violistas.

Por isso, são preferidas pela maioria dos instrumentistas que escolhe a viola.

Cordas de viola com núcleo de aço

As cordas de núcleo de aço têm um diâmetro menor que todas as outras e são quase tão estáveis na manutenção do tom como as sintéticas. Suas características conferem a elas um tom brilhante e oferecem uma resposta muito rápida na execução das notas.

Suas qualidades as tornam essenciais para quem usa a viola elétrica, graças ao efeito que reproduzem nos amplificadores, além da óbvia exigência dos captadores magnéticos, se eles forem a opção.

Muita atenção ao tamanho de sua viola na hora de escolher de suas cordas!

Uma das características peculiares a viola é sua variação de tamanho. Inicialmente, há a divisão de tamanho, similar ao padrão observado no violino: 1/4, 1/2, 3/4, 4/4. Além disso, as violas 4/4 utilizadas por adultos, ainda podem variar em tamanho entre 37 a 45cm.

Dependendo das tradições regionais, as violas 4/4 de tamanho padrão também variam. No Brasil, costuma-se utilizar violas de tamanhos maiores (39 a 44cm). Por outro lado, na Europa, o tamanho padrão ou standart, são as violas de 37cm a 39cm e as violas maiores são referidas como violas de escala longa –  long scale.

Agora, a informação mais precisa para escolha da corda é o comprimento de corda vibrante – distância entre o cavalete e a pestana. A distância padrão é 37,5 a 39cm. Mas nas violas maiores, é comum ter aumento também desse comprimento.

Consequentemente, os encordoamentos standart de marcas europeias como Thomastik-Infeld Vienna, Pirastro, Larsen, Jargar e outras, são para viola de comprimento de corda vibrante entre 37cm a 39cm. Atente que, se no modelo de corda não houver citação do comprimento, ela será padronizada para 37cm a 39cm.

Assim, essas marcas produzem alguns de seus modelos, não todos, para violas maiores. Nesses casos, o tamanho é indicado!

O que ocorre ao utilizar uma corda de viola padrão (37 – 39cm) em violas maiores?

Ao utilizar uma corda com especificação de fábrica para viola standart (37cm) em violas maiores com escalas maiores, a corda terá comportamento como se fosse uma corda de maior tensão. Ela, de fato, ficará mais tensa do que deveria. Assim, o som será mais aberto ou estridente, a tocabilidade será mais rígida e há maior risco de rotura precoce, às vezes, até mesmo na instalação. Ou ainda, poderá não ter comprimento suficiente para se ajustar ao instrumento.

Em suma, procure se informar sobre as especificações do fabricante e veja com seu luthier qual é o comprimento de corda vibrante de sua viola, principalmente para violas de corpo maior de 42cm. Há muitos violistas que desconhecem essa informação.

As cordas standart, em alguns modelos poderão “caber” em uma viola de escala maior. Mas, neste caso, terão sonoridade mais semelhante a uma corda de violino, sem timbre apropriado, e podem ser precocemente danificadas.

Outra solução seria buscar os modelos standart em tensão baixa. Essa tensão reduzida, ao ser utilizada em uma viola maior, é compensada corrigindo os efeitos das diferenças de tamanhos.

Viu só como existem detalhes importantes na hora de escolher as cordas de viola de arco? Além de conhecer um pouco mais sobre o instrumento, neste post você viu também as diferenças em relação ao violino.

Agora que concluímos, conheça a nossa linha de cordas de viola, com marcas consagradas pela qualidade e tradição.

4 thoughts on “Cordas de viola de arco: saiba como escolher

  1. gsm.mezack.gsm disse:

    Gostei muito das explicações que realmente eram minhas dúvidas. Obrigado

  2. Luciano disse:

    Uma dúvida, esse tamanho em cm que os fabricantes recomendam , seria da corda vibrante ( Pestana até o cavalete) ou do corpo da viola ? Pois eu entendo que seria da corda vibrante .

    1. Rogério Schmidt disse:

      Olá Luciano. Se refere ao comprimento de corda vibrante.
      Abraço

  3. Eli Viana disse:

    Acho lindo o som da viola mas atualmente toco Corne Inglês

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