Neste artigo vamos tratar da notação para a indicação de acidentes, especialmente os de dobrado sustenido e dobrado bemol. Embora menos comuns que os sinais de sustenido e bemol, eles são ótimos para facilitar o registro de maiores variações de notas em períodos de uma peça.
Antes de tudo, é importante lembrar que toda partitura inicia com a indicação do tom da música escrita. Ela aparece logo depois da clave e antes da indicação do tempo, ou seja, na armadura de clave. Nesse espaço, são registradas as notas que devem ser tocadas como sustenido ou bemol, para corresponder ao tom.
Assim, considerando a clave de sol, a marcação do Fá sustenido (F#) no pentagrama indica o tom de Sol (G), por exemplo. Contudo, em alguns trechos da peça musical podem ocorrer variações, o que configura os acidentes, sinalizados de modo especifico e pontual. Vamos conhecê-los? Confira!
O registro dos acidentes
Quando há uma variação de meio tom em alguma das notas expressadas na armadura de clave, ela deve ser registrada com um sinal de # (sustenido) ou b (bemol) posicionado na linha ou espaço da pauta que corresponde a(s) nota(as) que se deseja realizar a alteração.
Ao contrário do que ocorre com os sinais registrados no inicio da partitura, que valem para todos os compassos, a variação de acidente só será válida naquele compasso e para aquela nota, independentemente da oitava. Ela é registrada na frente da nota em que se deseja efetuar a alteração de altura.
Para eliminar o acidente dentro do mesmo compasso, será necessário incluir um sinal de bequadro {\displaystyle \natural } na nota a ser executada sem o acidente. Nesse caso, as próximas notas não sofrerão alteração.
Se ela for necessária em mais de um compasso, será preciso indicar isso na primeira nota com variação de cada um deles. Os sinais dobrados obedecem a essas mesmas regras, mas com uma diferença fácil de deduzir: o intervalo do acidente.
O dobrado sustenido e dobrado bemol
Exatamente como expresso nos nomes, o dobrado sustenido, representado pelo sinal X, representa uma variação dobrada em relação à de um sustenido, ou seja, de um tom para cima. Já o dobrado bemol (bb), segue a mesma regra para baixo: um tom abaixo.
Como ele também vale para todo o compasso, no caso da necessidade de alterar o acidente, será preciso usar o bequadro, como ocorre com o sustenido e o bemol. Porém, podem ocorrer situações nas quais a mudança seja de um dobrado sustenido para um sustenido, por exemplo.
Nesse caso, o bequadro deve ser usado junto a um sinal de sustenido, indicando que o acidente não foi eliminado.
Para concluir, uma curiosidade importante sobre o tema. Embora sejam tocados exatamente do mesmo modo em instrumentos temperados, o Do sustenido (C#) não é exatamente o mesmo intervalo do que o Re bemol (Db), na música indiana, por exemplo, pois as notas são separadas em comas. Entre o C e o D, existem 9 comas, sendo que o C# é uma variação de 5 comas para cima, enquanto o Db representa 5 comas abaixo do D.
Ouvir essa pequena diferença exige um grande desenvolvimento da percepção de intervalos, tamanha a sutileza de variação. Isso sem contar que ela precisa ser executada com a mesma precisão e em instrumentos não temperados, como o violino.
Mas essa conclusão foi apenas uma curiosidade, na aplicação do dobrado sustenido e dobrado bemol, ou mesmo do sustenido e do bemol, não consideramos essa diferença, pois usamos a afinação temperada.
Agora, compartilhe este post nas suas redes sociais preferidas, mais pessoas vão gostar de conhecer esses elementos da notação musical!
Ola! Bom dia! O do sustenido dobrado fica qual nota? Bjo
Olá Sandra. Do ponto de vista teórico, fica dó dobrado sustenido mesmo sendo um tom acima do dó natural. Do ponto de vista prático, o dó dobrado sustenido irá soar como um ré. Estamos à sua disposição. Abraço.